Na última segunda feira dia 28 de abril Portugal e Espanha presenciaram o gosto amargo do caos chegado por um apagão total de eletricidade. Os dois países simplesmente ficaram fora do ar por longa horas e as consequências disso foram sentidas em diversos ambientes sociais.
Como tudo se iniciou…
Por volta das 11:30 da manhã da segunda feira a energia acabou. Pensava que era algo no meu apartamento que havia acontecido, saí ao corredor e percebi que não havia energia no prédio. Até aqui eu estava tranquilo e pensando que poderia ser algo do sistema de energia local.
Saí de casa e fui em direção a estação para pegar o trem e ir trabalhar, no trajeto recebo notificação da empresa de transportes ferroviários dizendo que “Por falta de energia os trens não podiam circular”. Nesse momento, eu comecei a me questionar o que poderia estar acontecendo.
Dessa forma, segui meu caminho para a estação e trocando mensagens com alguns amigos que começaram a dizem que também estavam sem energia. Meu nível de preocupação começava a subir ainda mais, pois alguns desse moram em outra cidade e o tal apagão que eu achava que era apenas no meu prédio já estava em mais de uma cidade.
Preocupação
Abro o Google e as primeiras informações me deixam em choque “Portugal e Espanha estão sem energia – Apagão geral na península Ibérica”. Como assim? Um apagão em DOIS países?
A medida que mais eu vasculhava os sites de notícia e tentava perceber o que estava acontecendo mais a minha preocupação aumentava. Ou seja, já não era algo tão simples como parecia. A dimensão do problema era muito maior do que podia-se imaginar.
Caos
As consequências já apareciam, uma das primeiras coisas a sofrer foi o sinal de internet e rede de celulares, ou seja, começavamos a ter dificuldade e falar com as pessoas. Saber como iriam retornar a casa ou onde estavam.
Não bastava o trem ter parado, o metrô, os bondinhos e demais tipos de transporte que são movidos a energia, agora começavamos a ficar isolados por falta de comunicação. O sistema bancário estava a enfrentar também instabilidade.
Logo que cheguei ao trabalho me deparei com pessoas correndo pelos corredores do shopping com sacolas cheias de água, papel higiênico, enlatados e afins. Para se entrar aos supermecado filas, já que os sistemas dos caixas também estava a enfrentar problemas, sem se esquecer de comentar que os semáforos também estavam desligados.
O caos estava instaurado.
No escuro
Não haviam informações sobre nada. Ninguém sabia quando isso iria acabar, o motivo do apagão, como deveriam reagir a isso. Silêncio total do governo e das demais autoridades. Nos jornais diziam sobre ataque cibernético. A França tinha parte do país também sem energia.
Eram muitas perguntas sem respostas. Estavamos tentando trabalhar com o pouco de bateria que tinhamo nos computadores portáteis. O que não durou muito e tivemos de desligar tudo e ir embora por volta das 4 e 30 da tarde.
Voltar para casa
Se para vir para o trabalho foi complicado, tampouco o retorno iria ser fácil. Uma vez que, as pessoas estavam todas loucas a voltar para casa estava tudo ainda pior. Os transportes superlotados, uma vez que apenas ônibus estava a circular. E com isso o aumento de carro na vias também aumentou e o transito ficou parado.
Com muita paciência consegui chegar em casa quase 2 horas depois. Subo as escada e a surpresa chega ao saber que não tenho água. A vizinha me diz que desde o meio dia, logo após o começo do apagão, já não havia. Sem banho, sem sinal de comunicação sentindo angustia em saber onde minha mãe estaria no seu trajeto de volta para casa.
Somente as quase 8 da noite é que ela conseguiu chegar em casa. Foram 3 horas para chegar a estação do Oriente em Lisboa, mais luta para conseguir pegar um ônibus para uma cidade próxima e depois terminar o percurso até chegar em casa.
Fim do apagão
Seguimos em casa a comer no escuro e simplesmente ficarmos a espera sem qualquer informação de quando iriamos retornar a ter energia. Por volta das 10 o bairro onde fica o hospital já tinha energia. As 23:30 o sinal de telefone começou a retonar. Tão somente próximo a 1 da manhã que a energia em minha casa retornou.
Água ainda não havia, essa somente na manhã seguinte, mas ainda pouca pressão. O sinal de internet e telefone ainda não estava totalmente reestabelecido. Muitas quedas ou falta de sinal era possíel notar no decorrer do dia.
O apagão
Não foi simplesmente algo sobre falta de energia, o que passamos foi simplementes um país inteiro ficar praticamente todo 12 horas sem energia, comunicação móvel e transportes parados. Sentimos na pele o que um apagão provoca em um mundo em que tudo precisa de energia para funcionar. Foram voos cancelados, atendimentos de saúde adiados, insegurança sobre se teriamos o que comer.
Sem energia os sistemas bancários logo iriam parar de funcionar, ou seja, sem dinheiro iriamos ficar pois a maior parte que utilizamos é digital. Sistema de seguraça muitas vezes só funcionam se tiver energia.
Sendo assim, se começarmos a analisar tudo ao por menor, foi quase que sermos presos na rua. A prisão da impotência, do desconhecido, da incerteza.